terça-feira, 27 de outubro de 2009

Palavra inspiração

Vazia e triste quando a ideia não urge,

quando a palavra não surge,

quando o monte não cresce.

E quando a palavra não surge

o coração se assusta

a cabeça se encolhe

a mão se adormece.

Quando a ideia não urge,

a mente se preocupa,

se multiplicam as dores

se preocupam os arredores.

O alívio vem daqui e dali,

a inspiração de onde mais se estranha.

Num apelo à musa,

numa censura que abusa

clamas por um pedaço que te venha,

um pedaço que ta traga,

um pedaço que a surja:

A palavra inspiração.

Que venha ela, ela doce e forte,

Ela dedicada e feliz,

Ela deliciosa e imperatriz!

Imperatriz que conquistou o ser fechado,

que não vá ela agora,

que não mude meu fado.

E que belo som o fado que ela me pode trazer,

e à gente da minha terra que não a quis entender.

E se não nasceu com todos,

a menina palavra, que se torna senhora ao ouvi-la cantada,

certamente a todos chega

ou talvez não queiram dela nada.

Montes e montas já ela criou,

e quem dela necessita jamais abandonou.

Palavra mãe e rainha que a mim apareceu

tantas filhas deste tu.

Crias o meu céu.

O meu céu que me delicia, com toda a minha vaidade,

com toda a minha vontade de as juntar até já não ter idade.

Palavra mãe e rainha,

bênção que me apareceu,

Não partas agora

Não me leves o céu!

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