Vazia e triste quando a ideia não urge,
quando o monte não cresce.
E quando a palavra não surge
o coração se assusta
a cabeça se encolhe
a mão se adormece.
Quando a ideia não urge,
a mente se preocupa,
se multiplicam as dores
se preocupam os arredores.
O alívio vem daqui e dali,
a inspiração de onde mais se estranha.
Num apelo à musa,
numa censura que abusa
clamas por um pedaço que te venha,
um pedaço que ta traga,
um pedaço que a surja:
A palavra inspiração.
Que venha ela, ela doce e forte,
Ela dedicada e feliz,
Ela deliciosa e imperatriz!
Imperatriz que conquistou o ser fechado,
que não vá ela agora,
que não mude meu fado.
E que belo som o fado que ela me pode trazer,
e à gente da minha terra que não a quis entender.
E se não nasceu com todos,
a menina palavra, que se torna senhora ao ouvi-la cantada,
certamente a todos chega
ou talvez não queiram dela nada.
Montes e montas já ela criou,
e quem dela necessita jamais abandonou.
Palavra mãe e rainha que a mim apareceu
tantas filhas deste tu.
Crias o meu céu.
O meu céu que me delicia, com toda a minha vaidade,
com toda a minha vontade de as juntar até já não ter idade.
Palavra mãe e rainha,
bênção que me apareceu,
Não partas agora
Não me leves o céu!
Sem comentários:
Enviar um comentário
pedaços de opinião