sábado, 12 de dezembro de 2009

Somos nós

Foi a lua e o mar
E uma lágrima no rosto,
Um sufoco incessante
E o derradeiro encosto.

Foi um susto que, a todo o custo,
fez o olho abrir,
a lágrima cessar, ou surgir.
Foi um susto, um verdadeiro susto,
que nos fez crescer,
que te fez ver
que não sou eu ou tu:
Somos nós!

Somos nós...
Somos nós porque tu lutaste,
porque eu cedi,
porque nós crescemos
e agora grito por ti!
Porque o nós não sou eu ou tu:
Somos nós!

Sou eu a lutar
És tu a remar.
E sou eu a dançar
E és tu a tocar,
E num forte enlaçar
Será o nosso abraçar.

Porque não és tu,
Porque não sou eu:
Somos nós!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Desce ao mundo

Desce ao mundo

Vem viver com os simples mortais.

Deixa essa fantasia,

Essa tua ilusão.

Não te resignas a ser comum;

Delicias-te, ser social.

Desce ao mundo

Vem ver quem aqui ficou.

Historias de antigamente,

Foste tu quem as criou.

Por mais distante que te pareça

Foste um dos que aqui habitou.

Desce ao mundo.

Desce ao mundo e vem ver

Vem ver quem aqui deixaste

Quem te quis acolher.

Desce e vem ver,

Desce e faz-me esquecer

Toda esta bola enrolada para onde me chutaste, talvez sem querer.

Desce e faz reaparecer

O que nos tiraste ao partir.

Volta para os mortais,

Volta a sentir.




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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O que há em mim é sobretudo...


O que há em mim é sobretudo alegria de crescer.
De crescer de mim para um eu maior
De crescer de mim para um compreender.
Um compreender do mundo à volta,
Um olhar leitor de entre linhas,
Um compreendedor olhar crescido.

É sobretudo uma alegria de entender que o mundo não é o sim e o não,
O preto e o branco
O eu e o tu.
O mundo é o nós colorido que pode ser um mais ou menos,
porque nem tudo o que vejo quero ser, ou não quero ser.

E é o contentamento alegre de felicidade,
De compreender que o crescer é mais do que medir,
É mais do que somar nascimentos.

É o contentamento alegre de felicidade
de compreender que crescer é ser.
E ser é o que há sobretudo em mim.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Momentaneos pedaços de dia

Um pedaço, um simples pequeno pedaço de tempo arruina-te o dia. Deixa-te mole, deixa-te em baixo, a arrastar os pés, a não ter força para aguentar a cabeça que segue a tentar puxar o corpo que te escapa por momentos. Um momento que corre mal, uma noticia que em hora errada vem, uma mensagem que não chega.

Um pedaço, um simples pequeno pedaço de tempo traz o teu dia para cima. A alegria surge em perfeita erupção: uma noticia, um carinho e um cuidado especiais inesperados, um sorriso irmão, uma gargalhada menor deveras saborosa.

É a esquizofrenia dos momentaneos pedaços de tempo do dia!
Bem vindo ao meu dia!

sábado, 7 de novembro de 2009


AHHHHHHHHHHH

Grito num desespero, numa roda de números e letras, de frações, equações e binómios, de somas e raízes quadradas que giram à volta do que tento pensar e que insistem em se fazerem complicadas quando no fundo se calhar até nem são. Variáveis e probabilidades, axiomas e e simples contas de multiplicar tudo se junta e roda, e gira e rodopia, e num certo momento só apetece dizer basta!, mandar com tudo pela janela e viver feliz com as simples e maravilhosas letras que, hoje, aliadas àas mais variadas disciplinas e obrigações me parecem horriveis coisas massudas e fardos terriveis de sopurtar.

AHHHHHHHHHHH

Num grito de despero espero um palco por onde dançar daqui para foraa, um aberto céu onde voar sem mais nada.

Vazio!!

sábado, 31 de outubro de 2009

Pedaços de sonhos


Quando nasci foi para a dança. Todo o meu corpo procurava o movimento, o ritmo balanceado do viver diário. Ansiava por ser a bailarina. Esvoaçava no meu sonho que não passava daí. Não fui bailarina cor-de-rosa de pontas, mas fui bailarina de roupas largas e por vezes de barriga descoberta. Encontrara o movimento que me acolhia, encontrava a paixão no movimento contemporâneo que ligava o sonho à realidade. No auge do que amava fazer, no perfeito momento em que tudo se enunciava grande e esplendoroso, o joelho cedeu, o terror chegou. A depressão encheu o meu ser dançante, forma-me arrancado os pés. Até andar era dor, a dor da alma de quem perdeu para sempre o sonho.
Um dia, apareceram-me as palavras. Pequenas e saltitantes, gigantes e enfadonhas. Com facilidade e graciosidade parecia ser capaz de as amontoar. Disseram-me que era era capaz de criar belos e grandiosos montes. Montes sóbrios, rigorosos e claros com as palavras suaves e com as rudes, que tanto me começavam a fascinar. A elas me agarrei. A dor da perda do constante ritmo e leveza dos pés começou a ser substituída pelo entender e pelo brincar com as palavras que subitamente me pareciam novas e com tanto por me contas nas entrelinhas fascinantes que poucos conseguem alcançar.
O sonho não desaparece. Mas a realidade agora me conforta, a realidade de poder dançar por entre as palavras que trazem o ritmo balanceante ao movimento que é a vida.




(para ti, M, para que entendas a importância de uma conversa sobre o que te é importante, de uma leitura cuidada e de um comentário que normalmente guardas para ti)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Palavra inspiração

Vazia e triste quando a ideia não urge,

quando a palavra não surge,

quando o monte não cresce.

E quando a palavra não surge

o coração se assusta

a cabeça se encolhe

a mão se adormece.

Quando a ideia não urge,

a mente se preocupa,

se multiplicam as dores

se preocupam os arredores.

O alívio vem daqui e dali,

a inspiração de onde mais se estranha.

Num apelo à musa,

numa censura que abusa

clamas por um pedaço que te venha,

um pedaço que ta traga,

um pedaço que a surja:

A palavra inspiração.

Que venha ela, ela doce e forte,

Ela dedicada e feliz,

Ela deliciosa e imperatriz!

Imperatriz que conquistou o ser fechado,

que não vá ela agora,

que não mude meu fado.

E que belo som o fado que ela me pode trazer,

e à gente da minha terra que não a quis entender.

E se não nasceu com todos,

a menina palavra, que se torna senhora ao ouvi-la cantada,

certamente a todos chega

ou talvez não queiram dela nada.

Montes e montas já ela criou,

e quem dela necessita jamais abandonou.

Palavra mãe e rainha que a mim apareceu

tantas filhas deste tu.

Crias o meu céu.

O meu céu que me delicia, com toda a minha vaidade,

com toda a minha vontade de as juntar até já não ter idade.

Palavra mãe e rainha,

bênção que me apareceu,

Não partas agora

Não me leves o céu!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

pedaços esquizofrénicos de tempo

O tempo vai
O tempo não vem.
Mas que tempo é este que de tempo a tempo vem?
8 horas são
É tempo para acordar,
ou noite é ainda criança.
Noite criança que tanto falta para findar.
Criança é a noite que não quero acabar.
Tic, é dia.
Rápida se põe a noite.
Tac, é noite
Não voltará a ser outro dia.
Segundos passam lentamente
Num tic que se ouve
Não se faz demorar um tac.
Tempo que passa
rápido
lento
frio
quente
áspero
suave
grande
pequeno.
É a esquizofrenia do tempo
na noite que é criança.
Não partas, tempo.


(14 de Outubro de 2009)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Álvaro de Campos

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos


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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

pedaços de aula

Sou alma de escritor
Sou sonho da dança
Anseio por crescer
e por voltar à infância.

Espero que a bola saltitante venha
e que me desenrole daqui,
Daqui para longe
de volta para onde fui feliz.

Mas quero chegar ao que vem a seguir,
Quero a janela verde aberta,
o rodopio da bailarina
a dor das pontas
o erguer do corpo
o salto da vida.

E as palavras de espalham,
em monte se amontoam,
saem livres e rápidas,
saem revoltas e duras.
Saem como se não houvesse amanhã
como se só elas ao monte confortassem.

Sinto a vida
Sinto o cansaço,
A dor de querer ser
a dor do querer voltar
a esperança de ser feliz ao ficar.

Sou alma de escritor
Sou sonho da dança.
Anseio por crescer
e por voltar à infância.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

cansaço despedaçado

No esforço de manter os olhos abertos, as costas direitas, a postura erguida; tudo parece grande, enorme, gigante. Tudo parece balançar, rodopiar, mesmo cair. E vai caindo, vai caindo a energia, a vontade, a paciencia, a motivação. Vai caindo a glória e até a paixão.
No esforço de manter os olhos abertos procuro tudo o que não me faça fechar, tudo o que não me deixe vergar, diminuir, cair.

A mudança vem quando menos se espera, a mudança vem de onde menos a queremos aceitar.
Fecho os olhos, descanso.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Pedaços de pensar

Estranha é a razão.
Simples podia ser o pensar.
Mas mente quem diz que a mente é fácil de alcançar.

Sabes tu que és?
Ou melhor, quantos és?
És a mãe e o pai,
o que a sociedade exige de ti,
és o que os amigos querem,
e o que esperas de ti.
Mas quem és tu?

Quem és tu que deambulas por entre essas parede,
tu que te vez ao espelho,
tu que te ris!
Mas quem és tu, ser deambulante,
ser que diz ser tudo aquilo que te faz feliz?

Talvez incompreendida seja a felicidade,
ou talvez eu não a alcance de onde me encontro.
Talvez precise Da bengala humana que me leve a subir,
que me reencontre.

Simples podia ser o pensar,
mas complexa é a mente,
e mente quem diz que a mente é fácil de alcançar.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O nós
O um
O vamos ser.
Para sempre,
A luz
E vamo-nos viver.
Vivo em ti,
Em mim vives.
Vivo em ti,
'Não me largues sem querer'.
Em mim vives,
Deixa-te ficar
Em mim vives...
Amar.


Simplicidade reconfortante,
Novidade acolhedora.
Pedaço de céu,
Pedaço de mim,
Pedaço de amor.
Amar quero-te, Pedaço meu.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Pedaços de vida


Estranho Sol de profundas raízes.
Familiar me è a tua face
Compreendido me está o teu ser.
Nada que faças me surpreende
Mas me escapas quando te tento agarrar.
Respeitas-me, mas não me modelas,
nao te sensuro.
Quem sou eu?
Entristeço-me, a jornada foi longa: és Sol, Sol de infância.
Compreendo-te, mas preocupo-me.
Tento agarrar-te há tanto, mas nao me deixas.
Que mais fazer, Sol?
Estranho Sol de profundas raízes;
Estranho Sol de raízes frágeis
Desamparar-te não vou
Machado não te há-de tocar,
Água não apagará teu fogo.
Vais brilhar,
Vais querer brilhar, Sol.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Pedaços de Politica, Pedaços de Brilhantismo

Acerca do texto de opinião de Luís Pedro Nunes para o Expresso, entitulado 'A tecno-personalidade dos politicos', só tenho a dizer BRILHANTE!

E apenas para o caso de interessar (acreditem que interessa, pelo menos este excerto de brilhantissimas... TUDO!)...
'' O que, em tempo de legislativas, nos leva à inevitável questão: que personalidade tecnológica têm os nossos dois candidatos a primeiro-ministro? Não é preciso ser um visionário pois está espelhado na testa de ambos. Sócrates tem a personalidade do 'seu' "Magalhães": fica-se por umas funções básicas, é um oferecido a Chávez que o atira ao chão, está cheio de erros e tem o descaramento de se afirmar como original embora seja uma cópia de modelos estrangeiros. E ainda mete umas buscas da PJ ao fabricante para dar cor ao 'sistema operativo'. Mas dá para ligar à Internet. Manuela Ferreira Leite é uma calculadora Casio. Faz contas e operações matemáticas complexas. E até dá para fazer aquela gracinha com os números 6 no visor que ao contrário parece a palavra bebé (ai que rico netinho!). Não tentem é enfiar um cabo de modem numa calculadora dos anos 80.''



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segunda-feira, 21 de setembro de 2009


Banco de luz
Banco de amor.
Perfume brando de natureza minha,
Completas a vida,
Completas o ar.

Perfume doce de companhia,
Tocas e vivo,
vives por aí.

Perfume amargo de angustia
Perfume sofucante.
Viver nauseabundo de constante entrega...
A quem?

Perfume de doce companhia
Lágrima de humanidade.
A doce humanidade
A real compreensão
O perfeito entendimento
E o amor,
O puro amor.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Pedaços de mim

 

Pessoa estranha de traços simples e alguns costumes duvidosos, nomeadamente tendência para gostar de gelado de mac donalds acompanhado de batatas fritas, acto que repugna bastante as pessoas que me rodeiam e que não entendem a classe e a magnificência da mistura doce/salgado – quente/frio. Demonstro um gosto extremo pela leitura, para aí desde que me lembro de saber ler, chegando a ler no inicio da minha carreira de leitora um livro de 'Uma Aventura' por dia, o que penso que demonstra o meu gosto por tal acto que só poucos compreendem. Tenho várias noites de insónias terríveis, embora seja extremamente sonolenta, que resultam muitas vezes em pedaços de inspiração para o meu caderno de textos, tal como os momentos deprimentes que me batem fortes, embora raros (presumo que este se enquadre bastante bem na definição). Segundo certas pessoas que são dadas por me conhecerem bem, falo extremamente rápido, o que por vezes faz a língua enrolar e me dá uma sonoridade estranha e um embaraço extremo; e tenho uma enorme apetência para ter conversas sozinha, mas atribuo todo o mérito às pessoas que estão ao meu lado e não me interpelam! Não suportava viver sozinha nem em silêncio, ainda que precise dos meus momentos temporáriosolitarios. Calculo ser apenas mais um bichinho raro no mundo…



Você sabia que pode utilizar o Messenger de qualquer tipo de celular? Saiba mais.